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set 13Curtido por O Fio da Faca

No judaísmo antigo, o Nome de Deus era pronunciado uma vez por ano, no "Dia da Expiação", pelo Sumo Sacerdote. Entendia-se que, neste dia, toda a criação era renovada.

Essa questão do "nome" é intrigante. Que tipo de poder é esse, o de nomear? Sem querer entrar nos modismos atuais, há um trecho de uma palestra do Jordan Peterson em que ele chama a atenção para o "Poder de Nomear". É de se pensar longamente sobre o assunto.

Achei um trecho - https://www.youtube.com/shorts/qemxawHH_-I

Acredito que, sem nomear as coisas, como pode o homem entrar em uma relação mais complexa com elas? É claro que a dor que você sente quando uma árvore cai na sua cabeça não depende de você saber que se trata de uma "árvore". Mas entendo que o "Poder de Nomear" se relaciona com as ações essencialmente humanas, ou seja, aquelas derivadas da capacidade humana de pensar. Trata-se de conhecer as coisas e manipulá-las com nosso instrumento mais poderoso: o pensamento. E, se a reflexão é a principal característica humana que nos diferencia de todo o resto do mundo que chamamos natural, o "Poder de Nomear" é de extrema importância para nossa realização.

Diante dessa abordagem, os batismos, as invocações, os títulos, até o uso corriqueiro da linguagem, independentemente de qualquer qualificativo "mágico" que lhes seja dado, seja ele real ou não, parecem ter uma importância renovada, "sobrenatural".

A conclusão que tiro é conhecida, mas não menos séria: é preciso ter muito cuidado com as palavras.

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Bom vídeo do Peterson.

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jul 29Curtido por O Fio da Faca

Decorar uma informação e continuar tentando entender o que se passa ali é construtivo para o desenvolvimento intelectual. Claro que decorar uma capítulo inteiro de um livro, da forma como o autor escreveu, não é produtivo e gasta muito tempo.

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Talvez haja alguma sutil distinção entre decorar e memorizar. Ou talvez não

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Faz sentido. Decorar é falar uma sequência de palavras que podem fazer sentido dentro do idioma mas que não traz nenhuma ideia. Memorizar, por outro lado, é entender a ideia. Quando entendo algo me ocorre uma sensação de bem estar e consigo, por assim dizer, memorizar a informação. Fica fácil acessá-la posteriormente.

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